O empreendedorismo social é uma realidade no Brasil e ao redor do mundo, que cresce a todo vapor, quebra muitos paradigmas, e contribui para transformar vidas.
Além de ser vital para o desenvolvimento da economia criativa e a inclusão de produtos e serviços inovadores, cria negócios sustentáveis e de extremo valor para a sociedade e sua esperança de um futuro melhor.
Essas empresas sociais existem baseadas em um modelo independente de doações e auxílio por parte do Estado.
E principalmente, para promover soluções que geram mudanças na realidade de pessoas e comunidades vulneráveis, de um modo contínuo e bem estruturado.
Seja em nível local ou global, elas provocam impactos expressivos oferecendo capacitação, emprego, oportunidades de tratamento de saúde, saneamento básico, habitação, alimentação, preservação ao meio ambiente, entre outras frentes.
Todos os empreendimentos que focam nessa missão e responsabilidade social contribuem também para a satisfação e realização de investidores, empreendedores e parceiros.
Isso porque seus trabalhos alinham carreira e propósito de vida, agregando um sentido nobre às atividades profissionais.
Lendo este artigo até o final, você vai conhecer a função, as ações práticas e exemplos promissores de empreendedorismo social para se inspirar.
Vamos em frente? Boa leitura!
O empreendedorismo social surgiu para suprir necessidades que deveriam ser cobertas pelo Estado, atendendo, em especial, demandas de populações carentes.
A proposta é desafiadora: utilizar técnicas de gestão, tecnologias verdes, finanças, sustentabilidade e outras, com o objetivo de maximizar a geração de capital e emancipação social de uma comunidade, bairro, cidade ou país.
Diferente de priorizar lucros para a sustentabilidade de empreendimentos comuns, o empreendedor social busca valor na forma de benefícios transformacionais em grande escala.
E claro, isso não significa que empreendedores sociais evitem projetos lucrativos, pois seus empreendimentos podem gerar renda e ser organizados com ou sem fins lucrativos.
E mais!
Você deve estar se perguntando: como é possível escalar no empreendedorismo social?
Sim, é perfeitamente possível e é até desejável, uma vez que soluções e iniciativas bem sucedidas em uma comunidade podem ser adotadas em outras localidades, potencializando muito as suas vantagens.
Um dos caminhos para esta escala é o trabalho em rede, onde OSCs (organizações da sociedade civil) operam menos isoladas e mais conscientes da importância das alianças de trabalho com suas organizações irmãs.
Afinal, o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) aponta a existência de mais de 780 mil OSCs, em atividade no Brasil.
Outro caminho para dar escala a iniciativas bem sucedidas é por meio das estratégias de responsabilidade social das empresas.
Quando uma empresa toma uma iniciativa ou um projeto que ela apoia em uma comunidade e a leva para ser replicada em outra, ela está ampliando o leque de suas ações sociais.
Com isso beneficia outras localidades, com a vantagem de oferecer algo já testado e de êxito comprovado.
Estes dois caminhos têm um potencial enorme de ampliar os efeitos de iniciativas locais de empreendedorismo social.
Para compreender e criar ações práticas no empreendedorismo social, cabe lembrar que na atual Era da Informação, essas ações se destacam por unir inovação, transformação digital e geração de valores à sociedade, ultrapassando metas puramente lucrativas.
E para entregar valor, é importante criar indicadores que ajudem a entender a evolução e efetividade de suas iniciativas.
Diante de uma comunidade sem acesso à água potável, por exemplo, o empreendedor social deverá encontrar respostas que vão além da compra deste item para abastecimento durante um mês.
É preciso oferecer oportunidades de reverter essa situação, reaproveitando a água ou garantindo o abastecimento dessa região sem grandes custos para os cidadãos.
O mesmo se cumpre com a Educação, onde a Base Nacional Curricular Comum (BNCC) e o Novo Ensino Médio permitem que os estudantes tenham acesso ao tema do empreendedorismo social.
Imagina o quão preciosa aprendizagem é desenvolver competências e habilidades como o altruísmo, empatia e capacidade de resolver problemas, fortalecendo escolas e comunidades?
Segundo o relatório apresentado pela Fundação Schwab, que fornece plataformas em nível nacional, regional e global para promover o empreendedorismo social, os setores que mais contam com apoio de empreendedores sociais no planeta são:
● Educação
● Soluções ecológicas
● Atividades econômicas
● Geração de Empregos
● Acesso à energia
● Inclusão financeira
● Saúde
● Habitação
● Direito à terra
● Inclusão social
● Tecnologia
Outro dado relevante do documento é que o Brasil está entre os 10 países mais impactados por essas atividades, junto à Índia, Estados Unidos, México, Etiópia, Quênia, Nigéria, África do Sul, Tanzânia e Uganda.
A lentidão das políticas públicas focadas no social e as inúmeras desigualdades, combinadas à criatividade da população brasileira, fazem do país um solo fértil para ideias inovadoras que melhoram as ações práticas no empreendedorismo social.
Confira abaixo os cases de sucesso do empreendedorismo social:
● GRAACC
O Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (GRAACC) é um dos mais populares cases de empreendedorismo social no Brasil.
A entidade foi criada em 1991, por meio de uma parceria entre o pediatra Antonio Sérgio Petrilli, o engenheiro Jacinto Guidolin e a voluntária Lea Della Casa Mingione.
A equipe desejava melhorar as chances de cura para crianças com câncer e, em 1998, conquistou colaboração técnico-científica junto à Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Dessa forma, o GRAACC já tratou mais de 5 mil pacientes, com taxa de 70% de cura e se tornou referência no tratamento ao câncer infantil.
Sendo um estudo de caso do empreendedorismo social, é mantido através da venda de produtos em bazares, em loja virtual e doações.
● ASID
A Ação Social para Igualdade das Diferenças, outro exemplo de empreendedorismo social, atua desde 2010 com um compromisso central: auxiliar na gestão de escolas e instituições que trabalham com pessoas especiais.
Alexandre Amorim, Luiz Ribas e Diego Moreira conduzem a organização, por meio de uma metodologia administrativa, utilizada pelas entidades atendidas pela ASID.
O objetivo é melhorar a qualidade do ensino gratuito oferecido a pessoas especiais, empoderar famílias e incluí-las no mercado de trabalho.
Em seu site, esse empreendedorismo social presta contas e mostra resultados, com total transparência.
● Rede Asta
A Rede Asta não podia ficar de fora do empreendedorismo social!
Ela conecta, desde 2005, grupos de artesãs em todo o Brasil para criar e desenvolver soluções sustentáveis de reaproveitamento de resíduos, seguindo o conceito do upcycling.
Ou melhor, da reutilização criativa que consiste em transformar resíduos e materiais indesejados em um produto de qualidade e valor ambiental.
Muito interessante, concorda?
A produção é inteiramente feita por artesãs de áreas com baixo poder aquisitivo, gerando renda e inclusão econômica para esse caso de empreendedorismo social.
● Litro de Luz
Litro de Luz é um tipo de empreendedorismo social que opera em mais de 20 países levando luz a populações que não têm acesso à energia elétrica.
Além de utilizar uma tecnologia econômica, a organização possui uma metodologia para capacitar moradores e mobilizar voluntários em prol de atender às urgências dessas populações.
No Brasil, impactam diretamente mais de 10 mil pessoas.
Olha como esses exemplos de empreendedorismo social são amplos de propósito e expandem a criatividade econômica e o bem-estar socioambiental!
É tempo de inovar, e a transformação se faz inevitável, pois somos todos agentes dela, independente de negócios com exclusividade no empreendedorismo social ou não.
1 Comentário
Muito Bom este artigo e adequado em lembrar a inclusão e mais ainda as pessoas que se entregam ao grande propósito.